São Pedro e São Paulo movidos por esta mesma fé que professamos deixaram-se consumir por Jesus Cristo
Planaltina 01 de julho de 2012
Solenidade de São Pedro e São Paulo
Leituras: At 12, 1-11/Sl 33 (34)/ II Tm 4, 6-8.17-18
Evangelho: Mt 16, 13-19
São Pedro e São Paulo movidos por esta mesma fé que professamos deixaram-se consumir por Jesus Cristo
Celebrar a solenidade de São Pedro e São Paulo, é voltar à fonte genuína da fé católica, que permanece incólume, como foi recebida do Senhor pelos apóstolos. Esta é a Igreja de Jesus Cristo, fundada sobre o alicerce dos apóstolos, amigos de Deus, escolhidos por Jesus Cristo para continuar sua missão salvífica no mundo.
Apóstolo não é aquele se intitula como tal, é aquele que assim o foi constituído por Jesus Cristo: “Tu és Pedro e sobre esta pedra construirei minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la” (Mt 16, 18). Assim Pedro é constituído príncipe dos apóstolos, pastor universal da Igreja de Jesus Cristo. Um pastor forjado pelo sofrimento e confirmado no amor de Jesus Cristo.
São Pedro, antes de ser confirmado como “pedra da Igreja”, reconhece o Senhor como messias: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” (Mt 16, 16). Este reconhecimento é a bem-aventurança de Pedro: “Feliz és tu, Simão, Filho de Jonas”. Mas Pedro faz também fez a experiência amarga da negação: “Não conheço esse homem” (Mt 26,72). Pedro reconhece Jesus Cristo, O nega e o reencontra definitivamente: “Apascenta minhas ovelhas” (Jo 21, 16).
Depois de percorrer esses passos Pedro está pronto para ser constituído pastor da Igreja do Senhor, apto a sofrer com ela e por ela. Como vemos na primeira leitura, Pedro lançado na prisão por Herodes permanece intrépido na sua fé. Uma fé que nem mesmo a perseguição pode abalar. Enquanto o pastor está preso o rebanho se sustentava na oração: “Enquanto Pedro era mantido na prisão, a Igreja rezava continuamente a Deus por ele” (At 12, 5).
Que belo exemplo de comunhão! Temos muito que aprender com os cristãos do passado, que sofriam com a Igreja, eram perseguidos com ela e por ela, e estavam em profunda comunhão com seus pastores. Quantos hoje que se dizem católicos e são, no entanto, os primeiros a difamar a Igreja, a apedrejá-la, a criticá-la quando está passando por dificuldades e perseguições.
Juntamente com São Pedro, “o primeiro a proclamar a fé”, temos São Paulo, “o doutor das nações”. Tomado por Jesus Cristo no caminho de Damasco para anunciar a Boa Nova aos gentios. Homem profundamente apaixonado por Jesus Cristo enfrentou duros combates, perseguições como ele próprio diz: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé” (II Tm 4, 7).
Podemos dizer que São Paulo soube encarar a vida como um pedestal para chegar ao ‘Reino Celeste’. As tribulações da vida presente não foram capazes de ofuscar a sua visão e impedi-lo de ver “a coroa da justiça que estava reservada para ele e para todos os que esperam com amor a manifestação gloriosa do Senhor”.
São Paulo identificou-se com Jesus Cristo carregando em si mesmo os mesmos sentimentos do Senhor (cf. Gl 2, 19). Nada o impediu de anunciar o Senhor, Cristo foi glorificado nele tanto na sua vida como na sua morte.
Por fim, esta celebração de hoje deve infundir em nós um profundo sentido do que é a fé, como devo vivê-la, como devo anunciá-la, como devo amá-la. São Pedro e São Paulo movidos por esta mesma fé que professamos deixaram-se consumir por Jesus Cristo. Com eles aprendemos que não devemos ir ao encontro de Jesus Cristo à procura de alívio, mas dispostos a se identificar com o mestre, a ponto de deixá-lo viver em nós, a sofrer em nós, a morrer em nós, para Nele possamos ressuscitar no fim de nossa carreira.
Pe. Hélio Cordeiro dos Santos.