Pelos frutos conhecemos o valor dos ramos

05/05/2012 17:36

 

Planaltina, 06 de maio de 2012

V Domingo da Páscoa

Leituras: At 9, 26-31/Sl 21 (22)/ I Jo 3, 18-24

Evangelho: Jo 15, 1-8

 

 

Pelos frutos conhecemos o valor dos ramos

 

            “Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor” (Jo 15, 1-8). Como sabemos o valor da videira é estabelecido pela qualidade dos seus frutos, e os frutos de Jesus Cristo nos conhecemos, o mais excelente deles é o seu amor incondicional, amando-nos quando ainda éramos pecadores (cf. Rm 5, 8). Por isso Ele é a videira verdadeira. E somente unidos a esta videira podemos produzir frutos de vida eterna.

            O Evangelho de hoje, apresenta primeiro Jesus como a videira verdadeira. Mas unidos a esta videira aparecem dois tipos de ramos: os ramos que produzem frutos e os ramos que não produzem frutos. E cada um desses ramos é tratado de modo distinto: “Todo ramo que em mim não dá fruto, ele o corta; e todo ramo que dá fruto, ele o limpa, para que dê mais fruto ainda” (Jo 15 1-2).

            Espelhados nestes dois tipos de ramos podemos dizer que existem dois tipos de católicos: católicos comprometidos com Jesus Cristo e sua Igreja, que se preocupam com a causa da evangelização; e católicos acomodados, que o são apenas de nome, mas que não dão a mínima para as coisas da fé. Assim como o agricultor trata os ramos de modos distintos, também cada cristão será julgado pelos frutos de vida cristã que produzem.

            O ramo que dá fruto é podado para que possa produzir ainda mais frutos. A poda são as correções que Deus nos faz através de sua Palavra ao longo de nossa vida. Mesmo o cristão que dá fruto precisa ainda de correções para que possa aperfeiçoar-se no amor. De modo que não deveis vos assustar quando sentir que existem realidades na sua vida que ainda precisam ser podadas. No seu namoro quais os excessos que precisam ser podados, no seu matrimônio, no seu trabalho, no seu modo de se divertir, nas suas amizades? E o Senhor quer vos podar não é para vos aniquilar, mas para que possais produzir frutos e frutos que permaneçam para a vida eterna.

            O ramo que não produz frutos só serve unicamente para alimentar o fogo. Se o que produz frutos é podado, o que não produz é cortado: “Todo ramo que em mim não dá fruto, ele o corta” (Jo 15, 1). Ser cortado da videira é ser condenado à morte. Pois o ramo não pode sobreviver separado da videira. Como nos enganamos, pensando que é o mesmo viver unido a Jesus Cristo ou viver separado Dele. A diferença entre estar unido a Jesus Cristo e estar separado Dele é radical. Equivale à diferença entre a vida e a morte, entre condenação e salvação. Se estamos unidos a Cristo estamos vivos, e estar unido a Ele é viver na sua graça. Daí que devemos nos preocupar se estamos ou não vivendo em estado de graça. Quantas católicos em situações graves de pecado, têm consciência disso, mas não procuram uma confissão, parecem que estão paralisados. Se estamos separados Dele estamos mortos. Se permanecermos unidos a Ele nos salvamos, se estamos separados Dele nos condenamos.

Pois Jesus Cristo permanece em nós com uma condição, de que permaneçamos Nele: “Permanecei em mim e eu permanecerei em vós” (Jo 15, 4). Se não permanecermos em Jesus Cristo não produzimos frutos, apenas obras mortas: "Que frutos produzíeis então? Frutos dos quais agora vos envergonhais. O fim deles é a morte."(Rm 6,21).

            Por fim, certo é que estando ou não unidos a Jesus Cristo, vai chegar a hora em que o agricultor, o Pai, virá procurar frutos em cada um dos seus ramos. Esta hora é o momento da nossa morte, na qual seremos submetidos ao juízo particular, para que nossas obras sejam trazidas à luz do dia. Se tivermos frutos de vida eterna seremos recolhidos ao celeiro da comunhão com a Trindade santa. Caso contrário, nos restarão as chamas que não se apagam. Assim, ouçamos o convite do Senhor: “sem mim nada podeis fazer” (Jo 15, 5). Sem Jesus Cristo não produzimos nada que possa permanecer para a vida eterna.

 

Pe. Hélio Cordeiro dos Santos.