“Deus é o fundamento de todas as coisas”
Planaltina, 09 de setembro de 2012
XXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM
Leituras: Is 35, 4-7/ Sl 145 (146)/ Tg 2, 1-5
Evangelho: Mc 7, 31-37
“Deus é o fundamento de todas as coisas”
Em cada época da história Deus suscita no meio do seu povo homens que com voz profética possam animar seu povo em seu caminho. Pois há momentos nos quais, por consequência da inconstância humana, dos desencontros entre povos e nações, das injustiças que marcam o mundo, que o desanimo, a depressão e medo podem abater-se sobre um povo, sobre uma sociedade ou sobre uma nação inteira. E quando isto acontece, tanto coletivamente quanto individualmente, só Deus mesmo, através dos seus enviados, é que pode restaurar os corações infundindo-lhes novo vigor. Porque Deus é o fundamento de todas as coisas, sobretudo do coração humano.
Quando falta este fundamento o homem não tem como apoiar-se em nada. E se ousa apoiar-se em outra coisa que não Deus a decepção não tarda a chegar, e consequentemente as depressões. Muitas vezes ocasionadas pelo fato de perder coisas, pessoas ou posições às quais se estava apegado demasiadamente. Na vida é preciso saber ganhar e perder, alegrar-se e entristecer-se, sorrir e chorar, viver na pobreza e na riqueza (Fl 4, 12), na abundância e na carência, viver sozinho ou em comunidade. Se não nos abrimos à estas realidades não chegamos ser plenamente humanos, e a única realidade que nos resta é decepcionar-se diante da vida.
É desta transformação que o mundo está precisando, uma transformação do coração, para que ele se torne livre e se apoie na única realidade na qual podemos nos apegar de modo absoluto – Jesus Cristo – pois Ele é a única realidade que permanece. De modo que uma vida sem comunhão com Jesus Cristo, não passa de uma ilusão, de um castelo de areia que cedo ou tarde irá se desmoronar para a surpresa dos que o construíram.
“Porque a figura deste mundo passa” (cf. ICor 7, 31), só Deus permanece. Para que insistir numa vida sem Ele então? A vida no mundo presente é terra árida e se não for transformada pelo o oásis de graça e salvação que Deus nos oferece em seu Filho Jesus Cristo iremos encarar a vida desanimados, depressivos, com medo. A fé que temos em Jesus Cristo deve nos levar a olhar a vida e a existência de modo positivo, mesmo diante da inconstante realidade desse mundo.
Por fim, Deus não se cala diante do drama humano, os santos que Ele suscita em cada época, às vezes em meio às situações mais difíceis que se possa imaginar. São gritos de Deus nos dizendo que é possível ser fiel à sua Palavra mesmo quando o mundo exterior não é favorável. Pois uma característica fundamental dos santos é justamente manter a serenidade e a fidelidade à Jesus Cristo, quando o mundo à sua volta está se desmoronando. Porque sabem aquilo que se desfaz ao seu redor não é a realidade por excelência, realidade em sentido próprio é Deus, e esta não se desfaz, não se desmorona, não passa, por isso é o apoio dos justos.
Pe. Hélio Cordeiro dos Santos.