“Bom mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?” (Mc 10, 17)
Planaltina, 14 de outubro de 2012
XXVIII DOMINGO DO TEMPO COMUM
Leituras: Sb 7,7-11/Sl 89 (90)/Hb 4, 12-13
Evangelho: Mc 10, 17-30 0u 17-27
“Bom mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?” (Mc 10, 17)
Quando alguém recebe o batismo em idade adulta lhe é feito uma pergunta semelhante a esta que aparece no Evangelho de hoje: “O que pedes a Igreja?” O catecúmeno responde “a fé”. O celebrante lhe faz uma segunda pergunta: “O que a fé lhe dá?” O catecúmeno responde “a vida eterna”. O celebrante conclui o diálogo dizendo: “A vida eterna consiste em conhecerdes o verdadeiro Deus e também Jesus Cristo, que ele enviou...”. De modo que a fé é a barca que nos conduz à vida eterna, e nos faz participar dela já agora.
A fé mais do que a observância dos mandamentos consiste em manter o coração e o olhar do espírito aberto para a vida eterna. Consiste na alegria de encontrar Jesus Cristo e tomar a decisão firme de segui-lo, mesmo que isso me exija renúncias.
A vivência dos mandamentos é importante na medida em que conduz o ser humano a se desprender cada vez mais dos bens deste mundo. Eles conduziram o ‘alguém’ do Evangelho à alegria do encontro com Jesus Cristo. Mas o conduziu ao mesmo tempo à tristeza de um coração apegado demais aos bens deste mundo. Os mandamentos conduzem, inevitavelmente, o crente à descoberta de que Jesus Cristo é seu único bem e que Nele está a vida eterna.
Podemos argumentar como o ‘alguém’ do Evangelho: “Mestre tudo isso tenho observado desde a minha juventude” (Mc 10, 20). O que significa que temos prática religiosa assídua, de missa dominical, de confissão. Mas o coração permanece demasiado apegado aos bens e prazeres desse mundo. Como aquele que está procurando servir a dois senhores. À medida que a fé amadurece o coração tem que estar cada vez mais voltado para o céu e menos voltado para o mundo.
O cristão maduro na fé deve estar sempre atento ao bem que deve fazer, procurando alimentar-se com constância da Palavra que é “viva e eficaz” (cf. Hb 4, 12), e buscando sabedoria e prudência na oração. Vivendo intensamente esta vida na fidelidade ao seu Senhor na certeza de que este mundo passa e que seu mundo melhor é a vida eterna.
Por fim, a atuação do crente maduro na fé na vida da Igreja, nos seus trabalhos, na sua missão não deve estar condicionado por elogios ou por necessidades imediatas desta vida, mas pela esperança de chegar à vida eterna. Que este ano da fé nos ajude a renovar a fé e abrir os olhos para enxergar além deste mundo, “Pois onde está o nosso tesouro aí está o nosso coração” (cf. Mt 6, 21).
Pe. Hélio Cordeiro