A Igreja é a comunidade dos que creem e anunciam o ressuscitado

14/04/2012 15:35

Planaltina, 15 de abril de 2012

II Domingo de Páscoa/B: 2012

Leituras: At 4, 32-35/Sl 117 (118)/I Jo 5, 1-6

Evangelho: Jo 20, 19-31

A Igreja é a comunidade dos que creem e anunciam o ressuscitado

 

         Amados irmãos e irmãs, a Igreja é a comunidade dos que creem no ressuscitado. Estar em comunhão com a Igreja é estar em comunhão com os apóstolos que anunciaram ao mundo a ressurreição do Senhor. E uma vez que me coloco nesta comunhão “com um só coração e uma só alma” (At 4, 32-35), também me torno uma testemunha do ressuscitado.

         Quando o autor sagrado nos fala que “a multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma” (At 4, 32). Isto significa que ser membro do Corpo Místico de Cristo – a Igreja – implica numa comunhão profunda afetiva (com o coração) e efetiva (prática) com ela e com seus membros. Ou seja, não dá para ser Igreja sem estar em comunhão com ela. E estar em comunhão com a Igreja é estar em comunhão com o ressuscitado.

         De modo que nossa pertença à Igreja não pode estar reduzida a uma mera realidade nominal. Minha pertença à Igreja tem que ser afetiva, é preciso ter paixão pela Igreja, amar a Igreja, conhecer a Igreja, servir a Igreja, porque nela eu me encontro com Jesus Cristo. No coração de cada católico deveria bater o mesmo coração da Igreja. Foi à Igreja que Jesus Cristo enviou ao mundo na pessoa dos apóstolos. Dando-lhe poder de perdoar os pecados: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem não perdoardes, eles lhes serão retidos” (Jo 20, 22-23).

         Minha pertença à Igreja tem que ser também efetiva. Ou seja, tenho que estar comprometido com a Igreja, com os seus trabalhos de evangelização, com seu sustento. A Igreja não pode ser preocupação apenas do padre ou daqueles que estão inseridos nas pastorais. A Igreja deve ser preocupação de todo batizado. Se assim nos dispormos, de fato a Igreja cumprirá sua missão profética no mundo.

         A experiência com O Ressuscitado deve nos libertar de nossos medos. Medo de ser cristão, medo de evangelizar, medo de servir, medo de anunciar. Quantos católicos se encontram como os discípulos na manhã do domingo da ressurreição: “Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: ‘A paz esteja convosco’” (Jo 20, 19-).

         Medo, covardia, é o que nos impede de servir o Senhor na sua Igreja. Olha os discípulos, estavam paralisados pelo medo, pois a hostilidade do mundo era grande. Porém, quando Jesus se coloca no meio deles, eles se alegram e o Senhor os envia: “Como o Pai me enviou, também eu vos envio” (Jo 20, 21). Neste envio a Igreja recebe a missão de evangelizar o mundo.

         Por fim, vejamos os passos percorridos pelos apóstolos até terem a coragem de anunciar Jesus Cristo ressuscitado ao mundo. Primeiro a experiência do medo, depois a alegria de encontrarem o Senhor. O Senhor os envia, o Senhor lhes dá o dom do Espírito e os envia ao mundo com a missão de perdoar os pecados. Este mesmo processo deve acontecer na vida de cada batizado. Se não nos tornamos católicos militantes é porque ainda não tomamos posse do poder do Espírito derramado sobre nós. Se tomamos posse desse dom e mesmo assim não somos militantes, estamos enterrando os talentos que Deus nos deu, dos quais nos será pedido contas um dia. Portanto, não tenhais medo, tornai-vos uma testemunha do ressuscitado no mundo.

 

Pe. Hélio Cordeiro dos Santos.