“Só há salvação onde há conversão”
Planaltina, 09 de dezembro de 2012
II DOMINGO DO ADVENTO/Ano C
Leituras: Br 5, 1-9/Sl 125 (126)/Fl 1, 4-6.8-11
Evangelho: Lc 3, 1-6
“Só há salvação onde há conversão”
Amados irmãos e irmãos, em Jesus Cristo a Salvação se tornou acessível a toda a humanidade. De modo que Deus nunca deixou a humanidade falando sozinha mesmo nos momentos mais difíceis de sua história. Ele sempre enviou profetas para tirar o seu povo da escravidão do pecado é chama-lo à conversão. Assim como no tempo do “imperador Tibério César” o Senhor suscitou João Batista para chamar o povo à conversão.
Deus nos fala, é que às vezes estamos demasiadamente envolvidos com as “atividades terrenas”, ao ponto do coração se fechar para as coisas eternas não nos permitindo escutar a voz de Deus que nos fala. Estou certo que a cada pessoa Deus chama pessoalmente à conversão, seja por meio de um pai ou de uma mãe que chama seus filhos à fé, seja por meio de um padre na comunidade que anuncia ao povo de Deus a sua misericórdia e a necessidade de conversão.
Basta abrirmos os olhos da fé e veremos que através de alguém, ou de algum acontecimento Deus está me falando. Embora haja no mundo atual uma aversão à necessidade de conversão, este é o único meio que o homem tem para voltar-se a Deus. Uma fé que não ajuda a mudar minha vida rompendo com a mentira, com o roubo, com a injustiça, com a fornicação, com o adultério não é verdadeira fé. Fé e conversão não podem andar separadas. Esta realidade faz parte essencial do conteúdo do primeiro anúncio: “Convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1, 15).
A conversão do coração é, certamente, o milagre mais urgente em nossas comunidades cristãs. Sem este milagre todos os outros se tornam obsoletos. Endireitar o caminho do Senhor é converter-se, e converter-se é voltar o coração para Deus, “é afastar-se do que é mal” (VTB, p. 750), a fim de deixá-Lo nos conduzir com a luz de sua palavra.
O primeiro passo para a conversão é a escuta atenta da pregação. De modo que, quando uma pessoa se ausenta da comunidade cristã, manifesta de per si uma dureza de coração, um fechamento à salvação que Deus colocou em seu alcance em seu Filho Jesus Cristo. A pregação é como um manancial que faz jorrar sobre o campo gotas preciosas de água para que ele possa produzir frutos. Sem manancial o coração endurece, torna-se incessível.
Daí entendemos a grande indiferença religiosa do nosso tempo. Fruto de uma incapacidade para escutar Deus que nos fala. Um coração que não é regado pela Palavra que nos vem de Deus mediante a pregação da Igreja é como terra ressequida, sobrevive nela apenas ervas daninhas e espinhosas que não produzem fruto algum.
Por fim, “Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas” (Lc 3, 4). Pois “Todas as pessoas verão a salvação de Deus”, mas nem todos voltarão a Ele carregando os feixes da sua conversão e da sua fidelidade para entrar no seu reino (cf. Sl 125, 40). Só há salvação onde há conversão.
Pe. Hélio Cordeiro dos Santos